Alzheimer é uma doença muito debilitante. Normalmente observada em idosos, é marcante pelo frequente e progressivo esquecimento. Perda de memória que progride, começando por esquecer onde colocou as chaves, onde esqueceu o celular (se isso ocorre com frequência, não quer dizer NECESSARIAMENTE que você está com Alzheimer, CALMA!!), passa pelo esquecimento de acontecimentos mais distantes da memória, esquecimento de como cozinhar, dirigir, escrever e até como falar. Pois é, imagine como deve ser difícil. Essa perda progressiva da cognição, conjunto de atividades neurológicas envolvidas com a aprendizagem, ocorre principalmente devido a deposição de placas Aβ(beta)-amilóides no cérebro, gerando morte de neurônios e levando aos sintomas da doença.
Felizmente, há cientistas nesse mundo, e alguns deles estão buscando estratégias terapêuticas para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Está semana, um grupo de cientistas que conta com Americanos e suíços demonstraram avanços na descoberta de um possível tratamento. Eles desenvolveram um anticorpo, semelhante ao que a nossa imunidade produz quando entra em contato com algum patógeno, que é capaz de reconhecer especificamente as placas Aβ-Amilóides. Com isso, nosso sistema imune se torna mais eficiente em eliminar esses depósitos no cérebro, reduzindo a perda de neurônios.
Eles observaram que, em modelo de Alzheimer em camundongos, o Aducanumab (nome do anticorpo) foi capaz de se ligar especificamente as placas Aβ-Amilóides e reduzir sua quantidade no cérebro desses animais. Em pacientes com fase inicial de Alzheimer e com a doença em estágio brando, a administração mensal do anticorpo através de injeção durante um ano foi capaz de reduzir significativamente o depósito de placas no cérebro. O mais interessante é que a redução de placas foi seguida de melhora na capacidade cognitiva, avaliada por diversos testes diferentes. A substância mostrou poucos efeitos adversos, porém o mais comum, uma modificação na estrutura neural denominada E-ARIA, é um quadro que pode levar ao edema cerebral .
Esse estudo já é um teste clínico de fase 1 (teste inicial em humanos visando identificar eficácia, toxicidade, dosagem do novo possível tratamento) feito em associação com a empresa de biotecnologia BioGen. Os resultados são bastante promissores, principalmente no que diz respeito a melhora da cognição dos pacientes que foram tratados com Aducanumab por 1 ano. Entretanto, nem tudo são flores. A observação de E-ARIA nos pacientes que receberam a maior dosagem sugere que o Aducanumab não apenas tem efeitos benéficos, mas tem seus efeitos adversos. E isso, discutem os pesquisadores, pode ser pelo próprio sistema imune, que ao "limpar" as placas Aβ-Amilóides, acaba gerando uma inflamação no cérebro, levando ao edema (acúmulo de líquido). De qualquer forma, esses dados mostram um novo tratamento promissor para diminuir o avanço da doença de Alzheimer em fase inicial.
Referência:
Sevigny J. et. al., The antibody aducanumab reduces Aβ plaques in Alzheimer’s disease, Nature, 2016.
Felizmente, há cientistas nesse mundo, e alguns deles estão buscando estratégias terapêuticas para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Está semana, um grupo de cientistas que conta com Americanos e suíços demonstraram avanços na descoberta de um possível tratamento. Eles desenvolveram um anticorpo, semelhante ao que a nossa imunidade produz quando entra em contato com algum patógeno, que é capaz de reconhecer especificamente as placas Aβ-Amilóides. Com isso, nosso sistema imune se torna mais eficiente em eliminar esses depósitos no cérebro, reduzindo a perda de neurônios.
Eles observaram que, em modelo de Alzheimer em camundongos, o Aducanumab (nome do anticorpo) foi capaz de se ligar especificamente as placas Aβ-Amilóides e reduzir sua quantidade no cérebro desses animais. Em pacientes com fase inicial de Alzheimer e com a doença em estágio brando, a administração mensal do anticorpo através de injeção durante um ano foi capaz de reduzir significativamente o depósito de placas no cérebro. O mais interessante é que a redução de placas foi seguida de melhora na capacidade cognitiva, avaliada por diversos testes diferentes. A substância mostrou poucos efeitos adversos, porém o mais comum, uma modificação na estrutura neural denominada E-ARIA, é um quadro que pode levar ao edema cerebral .
Esse estudo já é um teste clínico de fase 1 (teste inicial em humanos visando identificar eficácia, toxicidade, dosagem do novo possível tratamento) feito em associação com a empresa de biotecnologia BioGen. Os resultados são bastante promissores, principalmente no que diz respeito a melhora da cognição dos pacientes que foram tratados com Aducanumab por 1 ano. Entretanto, nem tudo são flores. A observação de E-ARIA nos pacientes que receberam a maior dosagem sugere que o Aducanumab não apenas tem efeitos benéficos, mas tem seus efeitos adversos. E isso, discutem os pesquisadores, pode ser pelo próprio sistema imune, que ao "limpar" as placas Aβ-Amilóides, acaba gerando uma inflamação no cérebro, levando ao edema (acúmulo de líquido). De qualquer forma, esses dados mostram um novo tratamento promissor para diminuir o avanço da doença de Alzheimer em fase inicial.
Referência:
Sevigny J. et. al., The antibody aducanumab reduces Aβ plaques in Alzheimer’s disease, Nature, 2016.
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