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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Suco de graviola: nova fosfoetanolamina?

Recebi pelo Whatsapp uma mensagem sobre a mais nova cura do câncer: graviola. Um produto milagroso, 10 mil vezes mais potente que a quimioterapia tradicional. Recheada da já típica teoria da conspiração, a mensagem diz que a graviola é antimicrobiana, cura verminose, combate a pressão arterial, reduz o estresse, melhora a depressão e age no sistema nervoso, mas a indústria farmacêutica esconde esses benefícios para continuar vendendo seus remédios. A graviola, que atende pelo nome científico de Annona muricata , é originária das Antilhas e usada como planta medicinal em diferentes partes da América Latina. Mas a graviola tem algum efeito comprovado sobre o câncer? Procurei pela literatura e descobri que a graviola realmente está sendo estudada como uma possível fonte de novos compostos para o combate ao câncer. A planta já é estudada há pelo menos 20 anos, mas não existe estudo clínico que mostre sua eficiência em pacientes com tumores

Se sujar faz bem?

Outro dia navegando na internet me deparei com uma reportagem que me chamou a atenção, “Exposição à sujeira, germes e pelos pode proteger bebês contra alergia e asma”. O texto dizia que manter crianças nos seus primeiros anos de vida em ambientes não muito limpos diminui o risco de desenvolvimento de asma. Será mesmo que a marca de sabão em pó estava certa todo esse tempo, se sujar realmente faz bem? Bom, a asma é uma doença relacionada ao sistema de defesa do corpo (que chamamos de sistema imune) e como ele interage com o ambiente. Um sistema imune bem regulado tem capacidade de reconhecer o que causa mal ao corpo e o que pode ser ignorado. Assim, em pessoas com a imunidade competente o contato com pólen, pelo de gato, entre outras coisas comuns ao ambiente não levam a ativação do sistema imune. No entanto, em pessoas alérgicas esse contato leva a uma ativação seletiva de uma parte da imunidade, com grande produção de substâncias que acabam sendo tóxicas para o corpo. Mas o que iss

A fonte da juventude pode estar no prato... vazio?

A cada verão surgem novas dietas que prometem emagrecer, chapar barriga, crescer músculo, trazer a pessoa amada em três dias, etc... Já teve dieta da sopa, da USP, do tipo sanguíneo, dieta dos sucos, da lua, do Dr. Atkins, de South Beach, e por aí vai. Nos últimos anos, duas dietas (ou, melhor dizendo, padrões alimentares) ganharam atenção na Internet e na mídia: o jejum intermitente e a dieta 5:2. O jejum intermitente basicamente não restringe o que você pode comer; ele restringe as horas em que você pode comer. Sabe aquela história de que o café-da-manha é a refeição mais importante do dia e que devemos comer de três em três horas? Esquece! Nesse padrão alimentar, você deve pular o café-da-manha (sua primeira refeição será o almoço) e você deve parar de comer pelo menos três horas antes de ir dormir. Ou seja, você fica em jejum por mais ou menos 17 horas todo dia, e come nas outras 7 horas. Já a dieta 5:2 recomenda que em dois dias da semana você coma apenas 20 % (

Por isso os vampiros são imortais?

O envelhecimento da população mundial vem crescendo atualmente, devido a melhorias na qualidade de vida, nas tecnologias empregadas para a saúde e devido ao grande número de tratamentos para as mais diversas enfermidades. Apesar destes avanços, diversas disfunções associadas ao envelhecimento ainda são muito frequentes, como por exemplo, a perda de função cognitiva (habilidades mentais como aprendizado, memória, tomada de decisões, linguagem, julgamento, entre diversas outras). Desta forma, vive-se mais, mas não tão bem assim. O hipocampo é a região do cérebro responsável por controlar a memória espacial (aquela que usamos para nos orientar) e de curta duração. Doenças típicas do envelhecimento, como o Alzheimer, são conhecidas por afetarem o hipocampo, diminuindo o número de neurônios nesta região e também a plasticidade neuronal (capacidade dos neurônios modificarem sua estrutura de acordo com estímulos). Com isso, os sintomas clássicos de Alzheimer aparecem, principalmente a p

Se preparando para a próxima pandemia de gripe: novo alvo para tratamento

Hoje a zika ocupa todos os noticiários da mídia na parte de ciência e tecnologia, mas há alguns anos atrás o mundo todo estava preocupado com uma possível nova epidemia mundial causada por um vírus causador da gripe. Surtos de gripe suína e gripe aviária na Ásia deixaram os serviços de saúde preparados para o pior, e aumentou o medo de que uma tragédia como a da gripe espanhola de 1918 se repetisse. Essa pandemia infectou metade da população mundial e matou cerca de 40 milhões de pessoas em dois anos. E como os vírus da gripe apresentam uma alta taxa de mutação, mudando constantemente sua letalidade e capacidade de contaminação, não se pode excluir a possibilidade de uma nova pandemia ocorrer. Assim, diversos grupos de cientistas pelo mundo estudam com afinco diferentes vírus da gripe, de forma a buscar entender como a doença pode ser fatal e como podemos melhorar o tratamento. No ano passado, pesquisadores de Singapura publicaram a sua pesquisa desve