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Mostrando postagens de julho, 2015

Identificado receptor do tato!

Isso mesmo que você ouviu (leu)! Nós ainda não sabíamos a fundo como o sentido do tato funcionava. Dos nossos cinco sentidos, o tato parece ser o mais simples, mas, de fato, não se sabia como ele age. Bem, sabíamos que células nervosas levam as informações de contato da pele até o cérebro, que interpreta isso como a sensação de tato. Mas como? Como a célula sente esse sinal de contato? Sabemos como a luz ativa células na retina, como compostos nos alimentos ativam receptores na língua, odores ativam receptores no nariz e como as ondas sonoras que vibram no tímpano viram o que você ouve. Mas o tato era um mistério. Então, cientistas americanos, alemães e britânicos investigaram essa questão. Utilizando camundongos como modelo, os pesquisadores identificaram uma proteína, chamada Piezo2, que está presente nas células nervosas que transmitem os sinais de contato da pele. Essa proteína é um canal iônico, ou seja, controla a entrada e saída de sais da célula. E muitos canais iônicos

Água oxigenada e plantas transgênicas

Há pouco tempo atrás, se acreditava que o genoma dos seres vivos se dividia entre genes, pedaços de DNA que produzem proteínas, e o resto, basicamente inútil. Ledo engano! Nos últimos anos, descobrimos que muitas partes do genoma que não codificam proteínas têm como função regular a atividade dos genes, ligando ou desligando, diretamente ou gerando moléculas de RNA para isso. Esse conjuntos de RNA são chamados de RNA de interferência, ou RNAi para os íntimos. E hoje, o RNAi é uma ferramenta importante para diversas parte das ciências biológicas, seja na realização de experimentos, ou para novas tecnologias para tratamento de doenças humanas ou desenvolvimento de plantas modificadas geneticamente. Mas o maior problema é que ainda sabemos pouco como os RNAi funcionam ou chegam até as células. Um grupo de cientistas australianos investigou parte da questão em uma planta modelo de estudo, chamada Arabidopsis thaliana . Já se sabia que os RNAi produzidos n

Dr. José Roberto Kater e o ovo: vilões ou mocinhos?

Ontem, eu recebi pelo Facebook um vídeo de uma entrevista com o Dr. José Roberto Kater onde ele comenta sobre os benefícios do ovo na alimentação. Porém, algumas coisas me soaram um pouco, digamos, curiosas (na verdade, em pouco mais de três minutos de vídeo poucas coisas pareceram normais (o vídeo completo está disponível no fim do texto)). O Dr. Kater é, segundo a Internet, médico, obstetra, nutrólogo, antroposófico (a medicina antroposófica é um ramo alternativo com base em noções ocultas e espirituais), homeopata, acupunturista e com mais algumas outras especialidades. Porém, não é cientista, já que não tem currículo cadastrado na Plataforma Lattes (do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento, CNPq) ou assina qualquer artigo científico indexado em banco de dados internacional. Para mim, o cara pode dizer que é o Papa, eu não vou acreditar nele de primeira. As informações científicas estão disponíveis e eu fui pesquisar para entender se o Dr. Kater é um visionário ou ch

Ficando mais fraco para durar mais tempo

Qualquer patógeno ou parasita, seja ele vírus, bactéria, fungo ou outra coisa, sofre todos os dias com uma decisão difícil a fazer: o quanto eu devo me multiplicar dentro desse hospedeiro? Uma resposta óbvia seria: o máximo que eu puder! O problema com isso é que se o patógeno se multiplicar rápido demais, ele vai matar o hospedeiro depressa e vai diminuir a chance dele ser transmitido para outros. Motivo pelo qual as epidemias de Ebola são devastadoras, mas normalmente restritas as regiões onde surgem; o vírus mata tão rápido que não tem tempo de se espalhar. Por outro lado, se o patógeno se multiplicar muito pouco, o hospedeiro vive por mais tempo, mas menos doente, o que também reduz a chance do patógeno ser transmitido. Ou seja, o sucesso da doença depende desse balanço, e é de se esperar que essa característica seja aprimorada pela evolução, visto que a reprodução do patógeno depende fortemente disso. Uma ideia parecida vale para o vírus da AIDS: