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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Nova molécula pode facilitar tratamento com células tronco do cordão umbilical

O transplante de medula óssea é a única cura possível para várias doenças, incluindo alguns canceres, como leucemia e mieloma múltiplo. Nesse processo, as células doentes da medula do paciente são totalmente destruídas e então substituídas por células saudáveis, na maioria das vezes de um doador. O maior problema para esse transplante é a compatibilidade entre o paciente e doador. Se eles não forem geneticamente compatíveis, o procedimento não pode ser feito devido ao elevado risco de rejeição. Além disso, cerca de 35 % dos pacientes não tem um doador compatível e por isso não podem fazer o tratamento. A solução final para esse problema seria usar as células do próprio paciente, que obviamente serão compatíveis. Mas surgem ainda dois problemas. Primeiro, as células já estão doentes, então elas precisariam ser retiradas antes da doença se manifestar. Se as células do cordão umbilical foram armazenadas no momento do nascimento, esse problema está resolvido. Se não, será preciso

Cultura de célula pode ser novo modelo para Alzheimer

A Doença de Alzheimer é a forma de demência mais comum, e está relacionada ao envelhecimento (60 % das pessoas com mais de 90 anos apresentam algum grau da doença). Os pacientes começam apresentando perda de memória recente (não conseguem se lembrar de coisas que aconteceram pela manhã ou no dia anterior), mas a doença pode evoluir para confusão mental, perda de memórias antigas e alterações de humor, entre outras coisas. A estimativa é que mais de 26 milhões de pessoas sofram com Alzheimer no mundo. E com o progressivo envelhecimento da população, é de se esperar que esse número aumente ainda mais. A causa da doença ainda é envolta em dúvidas e grupos de cientistas de todo o mundo pesquisam para buscar respostas e novos tratamentos, e quem sabe, a cura. Sabe-se hoje que uma proteína (chamada beta-amiloide) produzida pelos neurônios acaba se acumulando o cérebro e que isso pode acabar causando a morte dos neurônios e os progressivos problemas mentais. Porém, os modelos experim

Poderemos regular o quanto nossas células vão viver?

Hoje vou falar de novo sobre envelhecimento. Existem várias hipóteses para explicar o envelhecimento. Já falei sobre os danos causados pelos radicais livres e sobre genes saltadores que pode interromper a atividade de genes importantes. Agora vou falar sobre a vida útil das nossas células. Nossas células não vivem para sempre. Elas são capazes de se dividir um determinado número de vezes (que pode variar de acordo com o tipo celular) e depois, simplesmente ficam velhas e morrem. Esse fato diminui a capacidade do organismo idoso de repor as células velhas com células novas, e causariam o envelhecimento. Mas por que as células não vivem para sempre? A resposta está nos nossos cromossomos (nas pontas deles para ser exato). Nosso DNA é organizado em longas fitas, os cromossomos. E como toda fita, por mais longa que seja, tem duas pontas, onde o DNA termina. Cada vez que uma célula vai se dividir, ela tem que duplicar todo o seu DNA, já que cada célula-filha precisa receber uma có

Sala de cinema da Torre: O Óleo de Lorenzo

Hoje estou estreando uma nova sessão do blog: a Sala de Cinema da Torre! Aqui eu vou comentar alguns filmes cujo enredo aborde temas científicos ou filmes que usem besteiras científicas absurdas. Espero que vocês gostem! Para começar, escolhi um filme que vi no ano passado para citar em uma das minhas aulas na disciplina Bases Moleculares das Doenças Metabólicas no curso de Farmácia. E o filme é incrível tanto como drama quanto como ciência. “O Óleo de Lorenzo” foi lançado em 1992, com direção de George Miller. O elenco conta com a participação de Susan Sarandon (indicada ao Oscar pela atuação), Nick Nolte, Peter Ustinov e Aaron Jackson. E o roteiro original (indicado ao Oscar) foi escrito por George Miller e Nick Enright. O filme conta a história do casal Augusto e Michaela Odone e sua luta contra a doença de seu filho Lorenzo. Lorenzo foi diagnosticado com adrenoleucodistrofia quando tinha seis anos de idade. A adrenoleucodistrofia é uma rara doença genética que atinge um em c

Os "genes saltadores" podem ser um dos responsáveis pelo envelhecimento (mas estamos aprendendo a bloqueá-los)

Por que envelhecemos é uma pergunta antiga que a ciência tenta responder a algum tempo. Existem várias hipóteses para tentar explicar porque ficamos velhos (eu já escrevi sobre envelhecimento aqui , aqui e aqui ). Alguns cientistas defendem que os radicais livres naturalmente produzidos pelo nosso corpo vão danificando as estruturas das células com o passar do tempo, envelhecendo o organismo. Outros acham que a capacidade máxima de duplicação das células impede a substituição de células doentes no organismo mais velho, causando envelhecimento. Outros grupos têm outras explicações. Como é comum na Biologia, é provável que a resposta correta seja uma mistura de todas elas. Uma nova hipótese foi proposta recentemente, depois que mais dados científicos foram obtidos. Nela, os cientistas propõem que o envelhecimento seja causado pelo aumento da atividade de retrotransposons. Que raio é isso?!? Retrotransposons são genes que ocupam a maior parte do nosso g