Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2015

Mais um pouco sobre cosméticos e animais

Cruzei de novo pela Internet com um abaixo-assinado virtual sobre o uso de animais em teste de cosméticos. Esse abaixo-assinado pressiona a Avon a acabar com os testes em animais. Em Abril do ano passado, eu já escrevi um longo texto sobre a importância do uso de animais de laboratório no desenvolvimento de novas formulações de cosméticos. Se você não leu, recomendo que dê uma lida antes de continuar aqui. Não vou reescrever todos os argumentos de novo aqui, mas vou tentar mostrar que esse caso explica claramente que a indústria de cosméticos está mais preocupada com o seu dinheiro do que com os bichos. A Avon foi, segundo ela mesma, a primeira empresa a estabelecer uma política para abolir os testes com animais. Ué? Então para que o abaixo-assinado? Porque alguns países exigem que os cosméticos sejam testados em animais, independente se foram testados por métodos alternativos aprovados. Segundo a própria Avon, apenas 0,3 % dos seus produtos vendido pelo mundo são testados em

Acabando com as bactérias super-resistentes

O surgimento e a proliferação das superbactérias é um grande problema para a saúde pública. O aparecimento dessas bactérias que sobrevivem a diferentes antibióticos acontece devido ao uso errado ou indiscriminado dos próprios antibióticos. Como funciona? Digamos que você esteja com uma dor de garganta e o médico te receita um antibiótico para ser tomado por sete dias. Mas depois de quatro dias, você já não tem mais os sintomas da infecção e para de tomar o remédio. Não ter mais dor de garganta não quer dizer que o antibiótico matou todas as bactérias; na verdade ele apenas reduziu bastante a população delas, mas deixou viva uma pequena parte, que era naturalmente um pouco mais resistente que o resto. Pode ser que essa pequena população de bactérias volte a crescer na sua garganta, causando um novo episódio de dor e um novo ciclo de tratamento com antibiótico. Se você não tomar o remédio do modo certo de novo, novamente uma parte mais resistente da população de bactérias vai sobr

Novo método de identificação de DNA pode mudar transplantes e investigações criminais

Se você tem menos de vinte anos e é fã de CSI (qualquer um), provavelmente pensou em ser perito criminal da polícia civil. Mas, infelizmente, aquilo não passa de ficção e as investigações criminais por todo mundo estão longe de terem toda aquela tecnologia. Por exemplo, os assassinos teriam muito tempo para fugir se dependesse das evidências de DNA encontradas na cena do crime. No CSI, o cabelo do suspeito é colocado em uma máquina (que não existe) e a identidade do assassino sai em questão de minutos. No mundo real, o DNA do cabelo do suspeito teria que ser extraído em um processo cuidadoso para evitar danos e contaminação do material genético. Se houver DNA suficiente, esse seria então amplificado no laboratório e em seguida analisado e comparado com um banco de dados. O processo levaria, na melhor das hipóteses, alguns dias (isso se nada der errado no processo, fazendo com que ele volte para o início). Se a amostra tiver DNA de duas pessoas, já era; fica basicamente impossível id

O remédio da maconha funciona?

Eu usei esse título simplesmente para chamar a sua atenção, porque ele é muito ruim. Porém, é assim que a mídia brasileira produz as suas chamadas quando o assunto é o canabidiol (esse é o princípio ativo do “remédio da maconha”; já tinha ouvido esse nome?): “Justiça autoriza remédio derivado da maconha para menina...”, “Remédio derivado da maconha é usado para tratar...”, “Remédio à base de maconha alivia epilepsia em crianças...”, e por aí vai. Ser derivado da maconha deveria ser levado em consideração para liberar ou não um medicamento? Se ele fosse produzido a partir de pétalas de rosas brancas, suco de tangerina ou bosta de cavalo, isso deveria importar (ou causaria tanta repercussão da mídia?)? A resposta é simples: não! Para um remédio ser liberado para uso, o que importa é se ele é seguro e se ele funciona, independente da sua fonte. E isso eu não vi sendo informado pela mídia ou pelas pessoas passando abaixo-assinados virtuais pela liberação do uso do canabidiol. A propósi