Pular para o conteúdo principal

Degeneração macular: radicais livres + sistema imune

(Fonte: www.deborapedroso.com)
A degeneração macular é principal causa de problemas de visão e cegueira em pessoas idosas no mundo desenvolvido. Existem diferentes causas para ela e, por isso, o mecanismo por traz da doença ainda é desconhecido.

Recentemente, pesquisadores americanos publicaram os resultados das suas pesquisas na revista PLoS ONE, onde mostram avanços no entendimento de como a doença acontece e uma forma experimental para combatê-la. Os resultados indicam que a degeneração macular é, pelo menos parcialmente, causada por danos resultantes dos radicais livres e ativação desregulada do sistema imune do corpo.

Os pesquisadores já sabiam que os olhos das pessoas afetadas pela degeneração macular apresentavam uma maior quantidade de um lipídeo específico, danificado pelos radicais livres. Quando testado no laboratório, esse lipídeo causou a ativação de células do sistema imune e inflamação das células da retina. Então usando um modelo animal, os cientistas testaram um tratamento experimental. Camundongos onde a degeneração macular foi induzida foram tratados com dois compostos já usados como supressores do sistema imune e isso foi capaz de impedir os danos na retina e perda da visão.

Esses resultados indicam que os danos causados pelos radicais livres desregulam o sistema imune que por fim acaba por prejudicar a visão. Felizmente, essa cascata de eventos permite que diferentes pontos possam ser estudados e novas formas de tratamento sejam descobertas. Essa é uma nova esperança para as pessoas sob risco de perderem a visão devido a essa doença.

Referência

CRUZ-GUILLOTY, F.; SAEED, A. M.; DUFFORT, S.; CANO, M.; EBRAHIMI, K. B.; BALLMICK, A.; TAN, Y.; WANG, H.; LAIRD, J. M.; SALOMON, R. G.; HANDA, J. T.; PEREZ, V. L. T cells and macrophages responding to oxidative damage cooperate in pathogenesis of a mouse model of age-related macular degeneration. PLoS ONE, v. 9, n. 2, p. e88201, 2014.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Não, suco de melão São Caetano não é a cura do câncer

Recebi pelo Facebook um link para uma postagem do blogue Cura pela Natureza . Lá é descrito o poder de uma planta medicinal capaz de curar o câncer, controlar o diabetes e, de quebra, fortalecer a imunidade do corpo. Sinistro, né? A planta em questão é chamada de melão São Caetano ou melão amargo. Conhecida cientificamente como Momordica charantia , essa planta faz parte da família Cucurbitaceae, junto com outras plantas famosas, como a abóbora, o pepino e a melancia. Ela cresce bem nas áreas tropicais e subtropicais da África, Ásia e Austrália, e foi trazida ao Brasil pelos escravos. O texto cita o Dr. Frank Shallenberger, dos Estados Unidos, que seria o descobridor dos efeitos medicinais da planta. Fui então atrás das pesquisas publicadas pelo Dr. Shallenberger para saber mais sobre os poderes do melão São Caetano. E descobri que ele nunca publicou nenhum trabalho científico sobre a planta (na verdade, ele nunca publicou qualquer coisa!). Como que a

Não, a fosfoamina não é (ainda) a cura do câncer

Em agosto desse ano, uma reportagem do portal G1 mostrou a luta de pacientes com câncer na justiça para receber cápsulas contendo o composto fosfoamina (na verdade, fosfoetanolamina) que supostamente curaria a doença. O “remédio” era produzido e distribuído pelo campus da Universidade de São Paulo na cidade de São Carlos, mas a distribuição foi suspensa por decisão da própria reitoria, já que o composto não é registrado na ANVISA (todo remédio comercializado no país deve ser registrado) e não teve eficiência comprovada. Porém, alguns dos pacientes tratados com a fosfoamina relatam que foram curados e trazem exames e outras coisas para provar. Segundo o professor aposentado Gilberto O. Chierice (que participou dos estudos com a substância), “A fosfoamina está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer”. Mas, vamos devagar, professor Gilberto; se a fosfoamina realmente é a cura para o câncer, por que não foi pedido o registro na ANVISA? O Governo Federal poderia produzir gran

Dr. José Roberto Kater e o ovo: vilões ou mocinhos?

Ontem, eu recebi pelo Facebook um vídeo de uma entrevista com o Dr. José Roberto Kater onde ele comenta sobre os benefícios do ovo na alimentação. Porém, algumas coisas me soaram um pouco, digamos, curiosas (na verdade, em pouco mais de três minutos de vídeo poucas coisas pareceram normais (o vídeo completo está disponível no fim do texto)). O Dr. Kater é, segundo a Internet, médico, obstetra, nutrólogo, antroposófico (a medicina antroposófica é um ramo alternativo com base em noções ocultas e espirituais), homeopata, acupunturista e com mais algumas outras especialidades. Porém, não é cientista, já que não tem currículo cadastrado na Plataforma Lattes (do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento, CNPq) ou assina qualquer artigo científico indexado em banco de dados internacional. Para mim, o cara pode dizer que é o Papa, eu não vou acreditar nele de primeira. As informações científicas estão disponíveis e eu fui pesquisar para entender se o Dr. Kater é um visionário ou ch